Já fomos do Mosquito ao Vintém, da Boa Vista ao Sapucaí. Através das transcrições das sessões da Assembléia da Província de Minas Gerais conseguimos levantar que quase fomos da Cochinchina, do Tibete e da Sibéria.
O Padre Deputado
Padre Antonio Ribeiro da Luz, natural de Cristina – MG, foi vigário de Santa Rita entre outubro de 1873 e junho de 1885. No entremeio desse período foi eleito Deputado Provincial pelo partido conservador, representando o 11º distrito de Pouso Alto, para o biênio 1882-1883, sendo o mais bem votado candidato de seu distrito.
Apesar de representar o distrito eleitoral de Pouso Alto, Pe. Antonio da Luz foi veemente defensor da emancipação política de Santa Rita do Sapucaí na Assembléia da Província.
Da Cochinchina, do Tibete, da Sibéria
Considerado um exímio orador, tanto sagrado como profano, os discursos do Pe. Antonio da Luz eram calorosos e eloqüentes, sempre recheados de emoção e inflexões.
Em discursos na Assembléia da Província, em agosto de 1882, o Pe. Antonio da Luz rechaça a incorporação da freguesia de Santa Rita ao município de São Gonçalo do Sapucaí:
[bluepost]“Sr. presidente, arremessarão aquela infeliz freguesia para o longínquo termo de S. Gonçalo, em distancia de 13 a 14 léguas dos extremos da freguesia e 10 da sede. Este fato não deve permanecer nos anais desta casa!
Não convêm esta contradança também, de ora pertencer ela a Pouso Alegre, ora a Itajubá, mas o certo é que ela não pode ficar pertencendo ao termo de S. Gonçalo…
Seria melhor, Sr. presidente, que os ilustres deputados do biênio findo tivessem já unido esta desgraçada e infeliz paróquia a Cochinchina, ao Tibete ou a Sibéria!”[/bluepost]
Logo após esse discurso, Pe. Antonio da Luz apresenta um aditivo ao projeto de lei no. 192. O aditivo de no. 4 propõem a elevação da freguesia de Santa Rita da Boa Vista a categoria de vila.
Transpondo serras até S. Gonçalo
Em 14 de agosto de 1883, em discurso em defesa do aditivo proposto no ano anterior, Pe. Antonio da Luz expõem as dificuldades dos moradores de Santa Rita para chegar ao município de S. Gonçalo:
[bluepost]“O povo desse lugar, para cumprir seus deveres civis, tem de transpor barreiras enormes, para ir à sede do termo é forçoso acompanhar o rio Sapucaí, cuja margem em tempo de chuva são alagadiças e tornam-se de tal modo intransponíveis que a vida do viajor ali está sujeita a eminentes perigos. As estradas se acham em péssimo estado; a passagem do rio Turvo é horrorosa; não ha pontes e em época invernosa não ha caminhos. Os viajantes são obrigados a procurar o município de Cristina, passando pela freguesia de Sta Catarina, afim de, impelidos pela necessidade, transpondo serras e caminhos péssimos, chegar a cidade de S. Gonçalo.”[/bluepost]
No mesmo discurso o Padre discorre sobre o desenvolvimento da freguesia:
[bluepost]“O progresso do lugar é assas notável, a sua população, riqueza, exportação, importação, comércio, atestam que ela pode galgar o foro de vila com mais direito do que outras vilas e cidades da província.
Ali a cultura de fumo eleva-se a 20.000 arrobas, o café é colhido em grande escala, a cultura da cana e a exportação do gado suíno e bovino faz-se em grande quantidade. A navegação do rio Sapucaí já é uma realidade e mais tarde teremos uma via férrea, pois que o rico vale do Sapucaí o exige.”[/bluepost]
A Vila de Santa Rita
Encerrando o discurso, Pe. Antonio da Luz proclama seu voto em prol da independência de Santa Rita e incita seus colegas a votarem com ele:
[bluepost]“… voto a favor do desmembramento da freguesia do termo de S. Gonçalo, e julgo que a casa, justiceira como é, atenderá a reclamação daquele povo, assegurando-lhe um porvir melhor, um futuro auspicioso, a que tem direito incontestável, dando-lhe um assento no banquete da independência e da emancipação…”[/bluepost]
O aditivo é aprovado por unanimidade e o presidente da sessão, deputado Silvestre Ferraz, manda para a mesa da Assembléia da Província a emenda substitutiva que eleva à freguesia de Santa Rita a vila.
E o paladino se vai
No período em que o Pe. Antonio da Luz estava na Assembléia da Província, em Ouro Preto, Pe. José Maria Guedes foi seu coadjutor na paróquia de Santa Rita. O vigário vinha quase bimestralmente a sua amada freguesia tratar com seu auxiliar e aqui permanecia por alguns dias até retornar para a capital.
Durante as celebrações da semana santa de 1885, o Pe. Antonio da Luz foi ferido gravemente.
Notícia vinculada no jornal Liberal Mineiro da época, desmente a notícia dada no Jornal de Pouso Alegre de que o padre receberá uma facada, porém reintera que o mesmo estava gravemente ferido.
Em junho de 1885, impossibilitado de exercer o sacerdócio, Pe. Antonio da Luz pede licença do cargo de vigário por 1 ano, para tratar da saúde na vizinha Itajubá, onde veio a falecer em 16 de outubro do mesmo ano, aos 39 anos de idade.
Parabéns meu querido amigo, pelo seu interesse e amor pela historia de nossa santa terrinha
Continue sempre assim , nós te admiramos muito.
um abraço M.Iza
Obrigado minha querida amiga, amada professora e vizinha!
Fico muito feliz com os elogios e incentivos vindos da Sra!!!
Ótimo. É uma alegria saber q se importam c o passado da nossa terra e isso é valor enorme, esse resgate é necessário. Parabéns, em frente! Abraços.
Minha professora de história,
Esse elogio vindo da Sra. é uma grande honra!
Abraços